Desci o poço esguio e profundo, toquei com o pé o frio escuro.
Pensei: «O centro é um zero, um negro curvo».
Senti escorrer um suor quente, espesso, como se tivesse febre.
«O centro é um delírio vertiginoso - é isso! - um redemoinho que nos impede
de ser fio-de-prumo». Que susto!
Subi o poço com custo, suei, gritei, ouvi o eco repetir-me o medo. Respirei
fundo. Esforcei-me. Toquei o cimo, o bordo; senti-me forte, de novo.
Maria Teresa Meireles, 53 anos, Vila Nogueira de Azeitão - como incentivo para os seus alunos
Desafio nº 37 – uma história
sem usar a letra A
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