Quantos eus sou eu?
De quantos sonhos
tenho de me despir
para me reconhecer?
Quantas vezes
tenho de fixar as estrelas
para cravar a memória de mim mesmo?
Sou um louco
que passeia no arame,
um trapezista que voa
com as mãos imóveis,
sobrepostas.
Dispo o casaco que me aperta,
o eu que me vigia no espelho
é aquele que rodopia no trapézio
que sorri à ante-morte,
cuja face não mostra receio
ou uma vaga, inóspita dor...
Jaime A., 52 anos, Lisboa
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