Aquele era o bairro mais antigo da cidade, quase uma ruína.
Havia uma loja de peúgas esquecidas, do tempo em que abrira.
Nela o velho metro de madeira trabalhara um dia sem parar.
Fazia então um barulhinho doce ao bater, ritmado, sobre o
balcão. Solitário, o relojoeiro, trabalhava horas sem fim, sem rumo
ou destino. Que justiça teria conduzido ao fim daquele mundo,
coado pelo tempo? Parada junto ao ralo de ferro, libertei
enfim a minha tristeza.
Paula
Coelho Pais, Lisboa, 55 anos
Desafio RS nº
26 – 7 palavras impostas em 7 frases de 11 palavras
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