26/01/17

Coração de sangue

Sentada na rua ao frio. Desesperada, ali fiquei, destapada de amor. Não esperava nada, nada me aguardava e, eu, sem querer, ali estava.
O meu gélido corpo iludia os transeuntes, fotografavam a estátua!
Podia vir o vento quente de leste, que não me aquecia.
Não nasci de sangue azul, não me lamentava. Vermelho, isso sim, vermelho vivo teimava em pintar a caixa de cartão debaixo dos meus pés.
E sempre que a chuva jorrava, desenhava um coração. 
Andrea Ramos, 40 anos, Torres Vedras

Desafio Escritiva nº 3 – texto com: chuva, vento, amor, azul, vermelho e rua

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