Por vezes escreviam cartas. Falavam do sofrimento, da
solidão, dos terrores noturnos, em desabafos espontâneos, na esperança, talvez,
de um acordar mais sereno.
Mas o regresso às trincheiras roubava-lhes todas as ilusões e os restos de
alguma fé. Todos eles temiam que chegasse a sua hora, apanhados pelas
metralhadoras, ou gazeados pelo inimigo. A única luz ao fundo do túnel era
chegar o «amanhã». E assim, todos aqueles homens esperavam pelo sono que
teimava em não vir.
Isabel Lopo, 70 anos, Alentejo
Desafio nº 115 – frase de
Valter Hugo Mãe
Isabel, desejemos todos os dias que chegue o amanhã... Adorei. Parabéns
ResponderEliminar