Naquela ambiência de altos pergaminhos, atrevimentos não se admitiam. À
empáfia dos patrões, opunha-se a submissão dos criados; à suserania dos
inclementes endinheirados, dobravam pacatamente a cerviz os rudes
trabalhadores. Porque a prole era grande e o pão urgente.
Ao lusco-fusco começavam a chegar das lides. À espera, umas chispas de
lume, algum alimento. Só o cansaço sobrava. O reduto era o sono, que permitia o
sonho e que, certeiro, infalível, ia mudando a folha do calendário.
Elisabeth Oliveira Janeiro, 72 anos, Lisboa
Desafio nº 115 – frase de
Valter Hugo Mãe
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