O
borracho
A noite, coberta de preta saia, emudece
ao ouvir a rota voz daquele borracho
que, sonhador, de uma vaga taberna saía.
A noite, coberta de preta saia, emudece
ao ouvir a rota voz daquele borracho
que, sonhador, de uma vaga taberna saía.
Da sua ronca seca garganta saudosamente floresce,
qual antiga rota com trémula mão pulsada,
o murmúrio da seca com ginjinha acompanhada.
A leste deixa vagar este triste canto,
que, como veloz borracho mensageiro,
pesaroso percorria o escurecido canto
de alguma sombria rua.
Sulcou a bravia vaga da tenebrosa saudade
e ultrapassou a profunda garganta da escuridão.
Mónica Marcos Celestino, 43 anos, Escuela Oficial de Idiomas, Salamanca (Espanha)
Desafio RS nº 47 – 23 palavras obrigatórias!
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