A caneta
A escuridão invadiu-a novamente.
― Amanhã, será amanhã.
Assim alimentava a esperança de ser útil novamente. Desde que a velha
senhora adoeceu que foi atirada para ali, como uma caneta vulgar. Mas ela sabia
que não era!
Sentia a tinta dentro dela, fresca, fluída, sem verter uma gota. Pronta a escrever as cartas ao amor da velha senhora que nunca regressara.
Quando recordava esses dias, e apenas aí, permitia-se verter uma pequena gota da sua preciosa tinta permanente.
Sentia a tinta dentro dela, fresca, fluída, sem verter uma gota. Pronta a escrever as cartas ao amor da velha senhora que nunca regressara.
Quando recordava esses dias, e apenas aí, permitia-se verter uma pequena gota da sua preciosa tinta permanente.
Carla Silva, 43 anos, Barbacena, Elvas
Desafio
Escritiva nº 19 ― vidas passadas
de objetos
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