A banqueta
Eu acompanhava um órgão e devia servir para que minha dona se assentasse e
tocasse harmonias. As partituras ficavam guardadas dentro de mim.
Quando mudamos para uma casa menor, ela precisou contentar-se com o teclado
portátil e doou meu velho companheiro. Tornei-me suporte para a
televisão;
assisti a programas de variados estilos.
Finalmente aqui estou como floreira. Vejo o cuidado para que luz, ar e água
sejam convenientes sobre as plantas que apoio.
Numa delas nascem violetas brancas.
Celina Silva Pereira, 66 anos, Brasília,
Brasil.
Desafio
Escritiva nº 19 ― vidas
passadas de objetos
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