O mesmo rosto como
outro
Recorda-se como se de um sonho vivo se tratasse. Olhava o espelho,
diariamente, e dele via o seu rosto que era outro: o da amiga imaginária, com
quem dialogava e vivia peripécias infantis. Ela
devolvia-lhe a possibilidade de
pensar brincando e impedia a sua, sem essa presença assídua e persistente,
insanidade mental e/ou défice cognitivo. O mesmo rosto sendo perceptível como
diferente, com identidade própria, fora o seu salvador de uma solidão
potencialmente mortífera; evitando-lhe alheamento afectivo.
Isabel Pinto, Setúbal
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