A sina da boneca
Nasceu boneca vistosa,
Elegante e enfeitada,
Perfumada como rosa,
Sendo muito estimada.
Foi-me dada com ternura
E com ternura a tratava,
Não prevendo a tortura,
Duma maldosa criada.
Um dia fui à caminha…
Fiquei branca, alarmada…
Essa linda bonequinha
Estava toda mutilada!
Ouvi risos e eu chorava…
Coitada da bonequinha!
Sem cabelo e mutilada,
Por ser amada e minha?!...
Não devia ter tal sina,
Uma boneca tão bela…
Eu era ainda menina
E chorei… chorei por ela!...
Maria do Céu Ferreira, 61 anos, Amarante
Desafio
Escritiva nº 19 ― vidas
passadas de objetos
Sem comentários:
Enviar um comentário