Só os nossos corações se percebiam
desenfreados, enquanto o silêncio pesado me oferecia o filme dos últimos 60
anos: eu, criança, à espera de um sorriso ou de colo, o vazio que os presentes
sempre
deixavam na minha barriga, a adolescência sem palavras… e a tão desejada
felicidade. Chegou a enfermeira. Então, finalmente, a orgulhosa mãe pediu um
abraço, e todas as esperas se diluíram naquela tímida declaração de amor.
Sosseguei-a: ficaria aqui, à espera, como sempre!
Rosário P.
Ribeiro, 60 anos, Lisboa
Desafio Rádio Sim nº 49 ― operação
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