Balouço no bolso do avental de Odete que
caminha apressada, abraçada ao molho de flores acabadas de colher. Crisântemos.
Não sabe porquê, mas sempre foi apaixonada por eles. Coloca-os na jarra e
guarda apenas um, vermelho, para pô-lo ao peito. O jantar vai ser de cerimónia,
quer estar bonita. Eu ajudarei, prendendo o crisântemo. Eu, um alfinete inútil!
A flor fará sobressair o decote. O decote fará entrever uns seios de seda. Ele
declarar-se-á, finalmente. Espera ela!
Ana Paula Oliveira, 56 anos, S. João
da Madeira
Desafio nº 119 ― crisântemo +
alfinete
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