– O martelo foi a arma do crime? – indagou
o juiz, depois da confissão.
– Foi a solução – esclareceu Maria – para
o meu problema, Meritíssimo. O refúgio para o
qual me atirei, já com a alma desmembrada.
– Essa resposta dá um tratado – permitiu-se
o juiz, num elogio disfarçado.
O julgamento seguiu, e cada espinho
cravado naquela existência foi vingado sem pudor. A dignidade daquele
testemunho detectava-se na serenidade e frieza daquela expressão elegante que o
gancho rosa assinalava discretamente
António Matos, 31 anos, Lisboa
Desafio nº 110 – 8 palavras obrigatórias
Sem comentários:
Enviar um comentário