Terminavam
cada dia das férias de Verão ansiosos pelo amanhecer. Dormir impunha-se apenas
quando o sono chegava e o corpo cedia à excitação das combinações infantis
próprias de irmãos. O quarto em que dormiam naquelas semanas de calor algarvio,
no apartamento construído durante a vaga de betão, separava-se da sala por uma
cortina esvoaçante que deixava a brisa nocturna, vinda da janela aberta,
arrefecer-lhes a noite. Quando o sono partia e acordavam, mudavam de capítulo
sem cerimónia.
António Matos, 31 anos, Lisboa
Desafio nº 115 – frase de
Valter Hugo Mãe
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