Hoje vi um computador deitado no lixo. Todavia
o seu crânio de lata teve uma memória lá dentro, gigabytes dela! Não havia
operação que não conseguisse fazer... e aceitou versos no seu imaculado
vazio virtual. Agora já não soma, nem subtrai, nem gera poemas, nem sublinha
erros ortográficos. Os minúsculos pingos de solda, preciosos neurónios de
metal, perderam toda a sua memória. «Companheiro, já que te antecipaste, diz-me
como é não funcionar. E se a ferrugem dói...»
Elsa Alves, 69 anos,
Vila Franca de Xira
Desafio Rádio Sim nº 49 ― operação
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