Às vezes, consigo ouvir as vozes secretas do
mundo. De olhos estáticos, observo a vida, mas não esta: a do Além.
Concentro-me no acaso e no descanso desse tempo no qual insisto em permanecer.
Vivo de lamentações, da abstração de tudo aquilo que me rodeia. A mente
vagueia-me, solitária, por esse espaço indefinido e monocromático. Abstraída de
tudo torno-me húmus do pensamento, variante errante de mim mesma e tento
encontrar a resposta à pergunta: "Quem sou eu?"
Elsa Alves, 69 anos,
Vila Franca de Xira
Desafio nº 109 – solidão no meio de gente
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