Chegou demasiado tarde. O tempo não
esperara por si.
Tinha partido, levado o que conseguira
carregar. Memórias de mãos salgadas, de dias gargalhados. Foi. Ela ainda o
chamou, a querer que voltasse atrás um minuto que fosse. Um segundo. O
suficiente. Que o tempo lhe desse o tempo de um beijo. Que lhe devolvesse,
ao menos, o prazer da espera. Apenas isso.
Fixou o olhar no ponteiro restante e
esperou. Até hoje.
Envelheceu, a Esperança. Vejo-a daqui.
Célia Costa, 46 anos, Malveira
Desafio nº 134 ― «Chegou atrasado…»
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