01/02/18

Filomena Galvão ― desafio 134

Uma cama de hospital. Tudo era vago. Não se recordava de nada. Alguém permanecia à sua cabeceira. Aos poucos, tudo se foi revelando na sua memória. Aguardava um transplante. Telefonaram-lhe no dia em que, no meio de muitos excessos, festejava vinte e oito primaveras. Um acidente e havia a possibilidade de o órgão ser compatível. Agora pairava sobre aquela imagem e percebia. O desfecho não era o pretendido, a vida não esperara por si. Chegara demasiado tarde.
Filomena Galvão, 57 anos, Corroios
Desafio nº 134 ― «Chegou atrasado…»

2 comentários:

  1. Quero dizer-lhe, Filomena, como me tocou o seu texto. Conheço bem a Realidade que tão bem retratou. Obrigada.

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