Entraram pé ante pé, e esconderam-se atrás da
cortina de teias de aranha, espreitando o futuro. Prepararam bagagens de
memórias, encheram cantis adocicados de mel, e soltaram os medos à deriva, não
fosse o sono chegar antes e não poderem partir com ele. Tinham um trato
sagrado: nem uma palavra diriam, nem um olhar trocariam. Deram as mãos
para se assegurarem de que partiriam juntos. Deitados lado a lado, só
deram pela mudança quando já era amanhã.
Teresa Caeiro, 59 anos,
Lisboa
Desafio nº 115 – frase de
Valter Hugo Mãe
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