Aconteceu-lhe
assim, sem aviso. O trânsito parado, a chuva a disparatar contra o vidro, o
cansaço a gastar-lhe a serenidade. Deu um murro no volante.
Chega!
Estacionou
sem ligar aos sinais. Saiu para a chuva, desafiando-a a manter-se disparatada.
Usou-a para lavar o cansaço, mudando-lhe o aspeto. Atreveu-se a procurar a
serenidade. Largos minutos passaram.
Quando
voltou ao carro, estava diferente. O trânsito também. A chuva, agora tímida,
levava consigo a recordação daquilo a que chamamos antes.
Margarida Fonseca Santos
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