A solidão fazia-a confundir-se com as
personagens dos livros. À noite, o marido encontrava sempre uma Mulher
diferente, porque se transfigurava noutras pessoas. Pensando que ela
enlouquecera, cada vez chegava mais tarde. Uma noite, ao regressar, achou-a
mudada. Bem vestida e penteada, recebia-o com um sorriso.Lembrou-se então da
Mulher que um dia amara e quis abraçá-la. Ela afastou-o e estendendo-lhe uma
folha disse: "Sou a advogada da sua Mulher. Por favor assine o papel do
divórcio..."
Isabel Lopo, Lisboa
Desafio nº 149 ― ficção e
realidade
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