22/01/19

Zelinda Baião ― desafio 161


A cidade pululava. Zunia, como moscas, ébria. E ignorava-o. Um chão era tudo o que tinha. Isso, uma manta, em fiapos, cheiro a mofo e azeite e o velho boné que repousavam ao lado da caixa de cereais. De dia vagueava, o rumo incerto. O ar, tóxico, uma agonia. À noite, insone, via-se, miúdo, uma fisga numa mão, na outra o fagote. Para praticar. Imposição paterna. Depois, adulto, gozara à tripa – forra. E acabara ali. Maldito vício!
Zelinda Baião, 55 anos, Linda-a-Velha
Desafio nº 161 – 14 palavras com fisga

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