A cidade pululava. Zunia, como moscas, ébria. E
ignorava-o. Um chão era tudo o que
tinha. Isso, uma manta, em fiapos, cheiro a mofo e azeite e o velho boné que
repousavam ao lado da caixa de cereais. De dia
vagueava, o rumo incerto. O
ar, tóxico, uma agonia. À
noite, insone, via-se, miúdo, uma fisga numa mão, na
outra o fagote. Para praticar. Imposição
paterna. Depois, adulto, gozara à tripa – forra. E acabara
ali. Maldito vício!
Zelinda Baião, 55 anos, Linda-a-Velha
Desafio nº 161 –
14 palavras com fisga
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