Lisboa carregava um céu de chumbo. Nada do que
a Mãe lhe prometera. “Tem o sol de Angola, vais-te sentir em casa!” Na sala dos
retornados sentou-se num buraco apertado entre gente desconhecida. Tentou
lembrar-se das figuras do livro que perdera. Era sobre o mar, barcos, navios. Vinha-lhe
à cabeça o naufrágio. Um barco triste no fundo do mar rodeado de azul e
silêncio. Mas ele, naquela multidão barulhenta, sentia-se só. Devia ser isso “a
solidão acompanhada”...
Isabel Lopo, Lisboa
Desafio nº 164 ― imagem de navio
afundado
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