O cheiro das lareiras na aldeia leva-me para lá. Para aquele lugar quase
esquecido, abandonado. O fogo perdoou a casa, mas levou todo o pinhal. A chuva
que já caiu ainda não restaurou a vida. Talvez nunca mais o faça. Porque aquele
lugar só tinha realmente vida quando os meus avós lá estavam. Quando eles davam
vida àquela casa, àquela terra. Não foi o fogo que tudo levou. Foi, muito antes
disso, a perda da minha inocência.
Ana Pegado, 32 anos, Lisboa
Desafio nº 162 ―
pedra, nuvem, terra e lenha como indutoras
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