Chego ao nascer do sol! ― mensagem sem
remetente, Ângela conhecia bem o autor. Sentiu-se voar, enrolou-se naquele
seixo, no meio do prado.
Gabriel queria despedir-se. Já
anoitecera! Ângela não o ouvia, não o via, nem o sentia.
Havia um sepulcral sossego. Gabriel,
imóvel, debruçou-se sobre ela, cruzando-se.
Talvez tivéssemos brilhado! ― pensou
Gabriel.
Talvez, feito do caos, uma flor.
Não foi assim, repousaram por momentos,
no meio do prado.
Ela já não estava. Ele levantou-se para
a Vida.
Isabel Sousa, 38 anos, Lisboa
Desafio nº 167 ― «chego ao nascer do sol»
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