27/06/19

António Azevedo ― desafio 21

Desde aquele telefonema que não estou em mim. Nem sei como aqui cheguei. Pensei não atender, como habitualmente faço com os números que não reconheço. Nem sei porque atendi, porque quebrei essa minha regra. “É o senhor Constantino?”, perguntaram. “Sim”, respondi. “O seu filho teve um acidente. Venha ter ao hospital o mais depressa que puder”, dispararam de seguida. Ainda agora vivo no atordoamento para onde essas palavras me atiraram. Espero, ou melhor desespero, por mais notícias.
António Azevedo, 54 anos, Lisboa
Desafio nº 21 a propósito de uma ilustração

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