Fui nobre!
Alimentei famílias de javalis e esquilos, com as minhas bolotas.
Socorro! Está aí, alguém?
Estou aqui, no meio destes miseráveis pedaços de madeira.
Parem de me apertar, não veem que sou um nobre carvalho?
(Tenho medo do escuro)
Aranhiços chatos. Que comichão… irra!
Prometeram transformar-me em barril, para envelhecer vinhos finos.
Agora p’ra aqui estou, esquecido, à espera do inverno.
Não me queimem, por favor.
Não sou toro!
Pela manhã, António escutou estranhos murmúrios, assustou-se…
Paula Castanheira, 55 anos, Armona
Desafio nº 184
― monólogo de lenha
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