Semáforo
me chamaram. Tenho muitos irmãos gémeos.
Osvaldo, operário maldisposto, soldou-me à pressa e embalou-se sem esmero.
Abandonaram
numa rotunda de Lisboa. Que angústia!
Programaram-me!
Verde, amarelo, vermelho. Debalde protestei.
Obedecem-me
mas… uns dias escaldam-me os metais com tanto sol, noutros, congelo da geada.
Não
ficam sem resposta!
Vingo-me de tanta maldade.
Desato
a acender e a apagar sem controlo. Desligam-me!
E
que engraçado é ouvi-los buzinar. Longas filas, insultos.
Ainda
sonho ser canguru, para saltar. Livre…
Paula Castanheira, 55 anos, Massamá
Desafio nº 186
― 12 palavras com LD e NG
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