A palmeira oscilava, soprada pelo vento Norte, levantando as raízes de terra por entre os sulcos da terra gretada, suspirando por uma gota de água que abrisse a fechadura da sua própria vida. A paisagem parecia desfocada, qual imagem de um último suspiro que quebrasse o cinto das suas amarras. Uma gota desprendeu-se bem lá do alto, caindo suavemente e em espiral sobre ela. Espantado com esse gesto de esperança, o vento acariciou-a num sopro de vida.
Luís Vicente, 58 anos, Barcarena
272 – palavras encadeadas, com palmeira
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