11/10/22

Zeca, mais uma série de textos!

José Pinto, 56 anos, Oeiras


No dia em que o caldo se entornou a construção penetrou.

Obras num prédio nunca há remédio pois é bater… e acabou.

E a lei dita, luz verde durante a semana de trabalho.

Fazer cair uma parede num feriado é gozar; é um atalho.

Foi aqui que as coisas se complicaram… as obras não acabaram.

Num belo dia de descanso, curto, já só queria estar manso.

Gritei e bati à porta… e dei cabo da minha aorta.

267 – o caldo entornado

 

Rio abaixo ou mar acima

Está um porto de abrigo

A calmaria no clima

Imita um campo de trigo.

As nuvens e o azul do céu

Refletem na água

Lembram-me um ilhéu

Invertido em água.

A sensação de bonança

Neste quadro perfeito

Lembra uma balança

Equilibrada sem defeito.

Como imagem de fim de dia

É um sonho de paisagem

A sorte parece que adia

A morte, uma miragem.

É um mergulho rejuvenescido,

No panorama que foi acrescido. 

231 – fotografia como inspiração

 

Ler um livro ou ter um livro não é o mesmo mas… fica bem com adereço.

Numa galeria, uns livros ficam sempre bem. Para valermos mais, num qualquer escritório umas obras são ouro. Em casa também são prata, mas ninguém lerá aquela coleção comprada de José Saramago. Lerem Eça na escola pode ser um embalo mas valerá o sacrifício ler e reler os Maias para entender?  

Não é obra adequada para tenra idade. É como ler Hitler.

232 – 8 vezes LER


“Vivo sempre no presente”,

Por vezes é uma prisão na mente

Pois nem sempre é consciente.

Temos sempre pensamentos do passado

Que nos condiciona o presente

Mesmo que não esteja interessado

“O futuro, não o conheço”

Mas sou capaz de sonhar

Por aquilo que me conheço

Posso sempre imaginar.

“O passado, já o não tenho”

Muito já eu o esqueci

Ainda mantenho o engenho

E o que recordo, enalteci.

O desassossego mental

233 – citação de Fernando Pessoa

 

perda de um ente querido é algo de trágico e muitas pessoas têm dificuldade em lidar com a situação. Pode provocar inúmeras revelações físicas e emocionais e a forma de interpretar essa dor é diversa. Se der para ultrapassar os sentimentos associados ao luto é um grande feito. Arrependimento pode ser uma mágoa difícil de ultrapassar, principalmente se a pessoa não conseguir perdoar. Perdoar por algo que não lhe fez, por algo que não lhe disse. 

234 – 4 palavras a diminuir

 

Vira à esquerda, vira à direita

Não pares, sempre a andar

A via pode ser estreita

Mas não podes parar.

A andar ou a correr

A falar ou a saltar

É algo que não podes perder

É algo que não te pode faltar.

A falar ou a escrever

É um dom de liberdade

Podes sempre manter

A tua qualidade.

Conjuntos de textos

Podes tu fazer

Diferentes contextos

A satisfazer.

Independentemente dos sentidos a seguir… escrever e sorrir.

235 – imagem dos dois caminhos

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