04/10/22

Zeca - tantos desafios!

José Pinto, 56 anos, Oeiras 

 

Há conversa acesa hoje com os “pardalitos”?

Ah, conversa natural entre casalinhos novos. Ele tem uma ideia de férias diferente dos gostos dela e assim põem-se à conversa enquanto acertam ideias.

Qual é a ideia de férias dele e dela?

Bem, ele gosta de estar no meio da natureza, caminhar e respirar ar puro e ela gosta de praia, sol e comodidades.

Já percebi que vão existir entre eles grandes disparidades.

Sim vão, é devem dizer disparates.

261 – 3 hipóteses de conversa

 

Conversa entre dois pescadores:

O que é que trouxeste para o anzol?

Comprei minhoca gordinha. E tu?

Eu trouxe carapau fresquinho.

Não sei se te safas. O meu isco é melhor para apanhar robalos.

É um risco que vou correr hoje. E vou com peixe para casa!

Hum… eu sei que sou arisco mas não acredito nesse teu destino.

Sabes, eu arrisco. Se não apanhar hoje peixe do mar vou, em último caso e compro na praça.

262 – isco, risco, arisco, arrisco

 

Quando observo o Homem vejo um ser

Que se distingue de outros, como a andorinha

E ninguém neste mundo o vai demover

Na sombra e na luz, numa adivinha.

Decifrar o sol é curiosidade da ciência.

É fonte, planeta, estrela ou farol

Radiação, aquecimento, ou simples coincidência

Requer conhecimento e lançar o anzol.

Nesta pescaria de informação,

Temos de analisar a projeção

Para obter resultados e ter imaginação.

Afinal, para construir uma ideia, é necessário uma adaptação.

263 – imagem de Isabel Peixeiro

 

Apanhei um avião para a terra da Amélia

País bonito, terra de camélia

Peguei num cesto e fui apanhar flores

Fiz asneira mas cheirei os odores

A polícia foi um pouco incómoda

E eu não falava a língua deles

Fiquei com a cabeça à roda

Mas consegui não ir com eles

Entretanto comprei uma escritura

De linguagem diferente

Levou-me à aventura

Fiquei todo contente

Lancei um feitiço

Numa velha tapeçaria

Transformou-se num ouriço

e foi uma fantasia.

264 – sequência de palavras

 

Cisnes, família de patos e gansos de vida instável

Quando o caçador Homem atrás deles vai, incansável.

Seres inteligentes que comem insetos e erva

E aparecem em latas de conserva.

Sou sincero. Já me inscrevi para caçador

Mas prescindi para não aguentar a dor.

Indiretamente, gostava de caçar

Mas ao ver a morte, provocar

Era ficar ser insexual

E nada mais era igual.

A beleza da natureza

É algo sem igual

É de certa tristeza

Fazer mal.

265 – palavras com i+n+s+e

 

Hoje são vikings e brincavam no jardim.

Com lutas e desafios terríveis, mas eram assim.

Temíveis por todos os mares

Aterradores no mundo conhecido

Erguiam-se grandes altares

Com medo desmedido.

Ontem eram atletas

E corriam desafios mundiais

Iam em camionetas

Eram internacionais.

Sonhar é uma constante

Numa experiência distante

No inconsciente uma vantagem

Sinal de coragem.

Eram crianças serviam-se de histórias, bebericavam ideias e enchiam-se de pensamentos.

Conseguem imaginar e até voar. Belos são os tempos.

266 – excerto de Isabel Peixeiro

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