Olhava os silêncios em família. Tremia. Pela janela, as árvores e o vento disfarçavam a agitação, os pássaros fingiam andar ocupados, mas estávamos num outono muito maior do que o do clima. Os adultos faziam de conta que nada tinha mudado. A escolha, essa maldita escolha que lhes minava os nervos... Precisavam de se dividir para sobreviver. Filhos e pais, avó e netos, memórias e receios. Só um homem ridículo se mantinha a dominar a Europa. Tremia.
Margarida Fonseca Santos
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O rapaz e o pombo, Cristina Norton
291 – elogio à leitura
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