03/10/11

outubro 2011 - pais


Fora difícil, mas a ideia era excelente.
Pôs a mesa, acendeu as velas, espiou o jantar e o gelado de amoras. Eram duas tigelas – uma para eles, outra para os filhos. Afinal, tinham apanhado as amoras em conjunto, entre risos e peripécias, e feito o gelado a seis mãos.
A mulher entrou. Viu-a estranhar o silêncio, estranhar as velas, estranhar o sorriso. Envolvendo-a num abraço carinhoso, explicou:
– Os miúdos ficaram com a avó. Hoje somos só nós.
(texto: Margarida Fonseca Santos; ilustração: Francisca Torres) 

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