Aconteceu-lhe assim, sem aviso. O trânsito parado, a chuva a disparatar
contra o vidro, o cansaço a gastar-lhe a serenidade. Deu um murro no volante.
Chega!
Estacionou sem ligar aos sinais. Saiu para a chuva, desafiando-a a
manter-se disparatada. Usou-a para lavar o cansaço, mudando-lhe o aspecto.
Atreveu-se a procurar a serenidade. Largos minutos passaram.
Quando voltou ao carro, estava diferente. O trânsito também. A chuva,
agora tímida, levava consigo a recordação daquilo a que chamamos antes.
(texto: Margarida Fonseca Santos; ilustração: Francisca Torres, na Revista Pais&Filhos, Setembro 2011)
RESOLVI FAZER UMA BRINCADEIRA COM O SEU TEXTO: BEIJINHO. ANA DUARTE
ResponderEliminarBateu-lhe à porta, sem aviso. Ela abriu-a e ficou parada, as crianças a disparatar umas com as outras, o cansaço visível no corpo frágil. Afagou-lhe as mãos.
Basta!
O rosto dela pisado denunciava violência . Levou-a mais as filhas para o carro que estava estacionado sem ligar aos sinais. Procurou dentro de si uma serenidade que não tinha.
Quando voltou à estrada, estava diferente. As nuvens, agora tímidas, indicavam um caminho mas não aquele a que ela chamava antes.
E, como sempre, a Ana escreve em forma de presente um excelente texto...
ResponderEliminarObrigada! Um grande beijinho