Aquele farrapo de homem arrastava-se pela rua deserta
fustigado pelo vento e pela chuva. Mendigava amor. Mas,
nem uma mão estendida, nem um abraço se via. O temporal recolhera toda a gente
no seu egoísmo. As montras pareciam insultá-lo, com tanto brilho dourado e azul prateado
a contrastar com o seu magro rosto vermelho de frio.
Não houve ninguém para lhe perguntar se estava bem ou mal.
E os sinos tocavam. É Natal! É Natal! É Natal!
Não houve ninguém para lhe perguntar se estava bem ou mal.
E os sinos tocavam. É Natal! É Natal! É Natal!
Ana Paula Oliveira, 55 anos, S. João da
Madeira
Sem comentários:
Enviar um comentário