21/12/15

O roubo

A chuva ralhava na vidraça de forma cadenciada. Enquanto olhava por entre o cortinado azul, pensava como fora feliz na adolescência. O vento rodopiava a água que se retinha no chão. Os aguaceiros foram sempre apenas um pretexto para sair para a rua e chapinhar nos charcos. E tu sabias sempre quando e onde me encontrar. O amor é assim, intuitivo. Naquele dia, correste para mim e, vermelho de vergonha, roubaste-me o meu, o nosso primeiro beijo…

Amélia Meireles, 62 anos, Ponta Delgada

Desafio Escritiva nº 3 – texto com: chuva, vento, amor, azul, vermelho e rua

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