A chuva ralhava na vidraça de forma cadenciada.
Enquanto olhava por entre o cortinado azul, pensava como fora
feliz na adolescência. O vento rodopiava a água que se retinha
no chão. Os aguaceiros foram sempre apenas um pretexto para sair para a rua e
chapinhar nos charcos. E tu sabias sempre quando e onde me encontrar. O amor é
assim, intuitivo. Naquele dia, correste para mim e, vermelho de
vergonha, roubaste-me o meu, o nosso primeiro beijo…
Amélia
Meireles, 62 anos, Ponta Delgada
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