Talvez acordar mais cedo...
Coletivo, sempre o coletivo. Necessário mas arrepiante.
No metro, passar cartão, descer escadas,
deixar-se subir por outras, de qualquer modo é um túnel e nele se viaja, com
outros, mudos, olhando, desviando olhares.
Os cheiros, humidade de construção que
invadiu terra, de gente que acordou à pressa com odores velhos, dos que
demoraram no banho e provocam narinas com perfumes de enjoo.
Meia hora, basta meia hora, e respirarei
o ar das manhãs.
Vou acordar mais cedo!
Celeste Gregório Lopes, 54 anos, Santarém
Desafio Escritiva nº 5 – cruzar comboios
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