O olhar perdia-se em linha reta. Pensava
na multiplicação dos desencontros. O céu enegrecido parecia equacionar a
divisão dos sonhos. Sim, sempre se sentiu somada às desgraças que,
paulatinamente, lhe diminuíam a capacidade de sonhar. A derivada do destino
apontava para uma tangente à desgraça. O seu desalento duplicava a dificuldade
em ver algo positivo. A sua vida parecia um conjunto vazio. No somatório de
tudo, sentiu-se um número imaginário. O sentimento de não pertença vingou.
Suicidou-se.
Amélia Meireles, 63 anos, Ponta
Delgada
Desafio RS nº 38 – a matemática dos dias
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