Sentaram-se naquele canto do café. Observei-os. Ela tinha um
rosto triste, distante. Ele, indiferente, lia o jornal esquecido.
Identifiquei-me com eles. Imaginei as nossas vidas como linhas paralelas.
Talvez ela, como eu, sonhasse aquele ponto, no horizonte, onde as linhas se
encontrassem. Desenhei, num papel, uma escada. Compreendi: duas linhas
paralelas não se encontram, apenas no infinito, nunca em tão curtas vidas. Por
isso, a única forma de as unir são as pontes que por elas atravessam.
Isabel
Sousa, 64 anos, Lisboa.
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