O tempo desintegrava-se no pólen metálico dos
mastros dos navios. Adormecera no seio das flores silvestres pintadas de
vermelho. Não suportava a luminosidade gelada que a impedia de tornar-se musgo
sumarento. A sua vida já não era a mesma: de um só trago esvaía-se, entre as
contracções do leito e o deslizar dos cristais húmidos que lhe povoavam os
sonhos.Mas... apercebeu-se do calor que lhe subia pelas veias e decidiu que o
passeio tinha de continuar.
Elsa
Alves, 70 anos, Vila Franca de Xira
Desafio nº 147 ― frase: o passeio…
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