22/03/19

Cristina Isabel Santos ― desafio 115

Salpicava os olhos com os dedos. 
Não podia adormecer. Nos ramos da árvore pousava o sono. 
Os olhos queriam encostar-lhe a cabeça ao tronco. 
Começou a contar carneiros, porque virou noites e manhãs   
acordado com campos cheiinhos de carneiros. 
Cada um tinha nome, cor e um sentido.
Ouviu um estalido. Deixou os carneiros agarrados ao tronco, 
a cor do céu desaparecia, ele procurava os companheiros.
Tinha ficado de tocaia com medo da solidão.
Acabou por ser apanhado.
Cristina Isabel Santos, 43 anos, Lisboa
Desafio nº 115 – frase de Valter Hugo Mãe

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