24/04/19

Helena Rosinha ― desafio 170


casa, a vida de sempre, arrastando-se. Que asco! Pendura a capa, atira o saco do pão para cima da mesa da copa, uma caneca tomba, no chão fica uma poça de café. Soa a sirene da fábrica prá mudança de turno. Logo após, o seu homem há-de vir para o “mata-bicho”, invariavelmente, sopa de cavalo cansado; adormece de seguida, sem um olhar, um afago. Um caso perdido.
Amanhã cedo, ela volta à padaria do paço. Regressará?
Helena Rosinha, 66 anos, Vila Franca de Xira
Desafio nº 170 ― letras de Páscoa

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