― Sinto-me triste, despedaçado,
feito em bocados. Já pouco préstimo tenho.
Será que vou arder numa lareira?
Será que vou ajudar a assar um bom peixe, um cabrito, para festejar o
aniversário de alguém?
Sinto que pegam em mim. Para onde
irei? Qual será o meu fim?
OHHH, só me levam a mim, os
outros ficaram ainda naquele monte de lenha.
Estão a dar-me verniz, estou
brilhante. Colocam-me agora macramé e uma planta. Deram-me vida! OHHH, que
felicidade!
Filomena Galvão, 58 anos, Corroios
Desafio nº 184
― monólogo de lenha
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