14/06/20

Elsa Alves ― desafio 21

Sentia-se desesperado. Sem forças. Pôs a cabeça entre as mãos. Os soluços entrecortavam-se. Deixou as lágrimas correr livremente.  Talvez elas pudessem levar toda a sua tristeza para  longe. Libertado desse peso conseguiria retomar caminho? Aceitar a inevitabilidade da morte? Afinal, era ainda um garoto... Que crueldade ter ficado sem o seu melhor amigo, o seu companheiro de brincadeiras. Um acidente estúpido, explicara-lhe a mãe. A perda doía tanto... A partir desse dia deixou de acreditar em Deus.
Elsa Alves, 71 anos, Vila Franca de Xira
Desafio nº 21 a propósito de uma ilustração

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