Um mundo azul
Começaram a namorar embora soubessem das incompatibilidades astrológicas. A chuva em conjugação directa com o vento daria uma união intempestiva e demolidora. Todos condenaram aquele amor. Preferiam que casasse com o sol. Podiam assim contentar as couves no nabal e as velhas na eira. Mas o vento era voluntarioso. Começou mansamente a soprar entre as pernas da chuva tombando-a sobre a rua. Arrancou pelo caule um craveiro vermelho, depositou-lho aos pés e o mundo pintou-se de azul.
Maria Jorgete Teixeira,
Lisboa
Desafio Escritiva nº 3 – texto com: chuva, vento, amor, azul, vermelho e rua
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