Éramos o orgulho do velho Pinheiro solitário, único sobrevivente
do grande incêndio. Até que chegou o patrão com o lenhador. “É este”, disse
apontando para mim. Fui levado e enfeitado pelas crianças com bolas coloridas
como se fosse palhaço... Mas gabavam-me tanto que acabei por gostar. Agora aqui
estou feito toro no meio dos outros. Tivesse eu sido outra árvore e talvez a
minha vida fosse diferente. Será que a dos homens também é assim, tão
injusta?
Isabel Lopo, Lisboa
Desafio nº 184
― monólogo de lenha
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