Uma criança
espreita à janela.
Esta é a imagem que
dará cor ao vosso texto.
Eu fiz assim:
O
menino, pasmado, perguntava numa língua de trapos se podia ir. Queria conhecer
o mundo do lado de fora, sentir cheiros, ouvir pessoas, abanar como as árvores,
conhecer o vento. Falava de olhos muito abertos, rabiscando o vidro embaciado
pela respiração e sonhava com o futuro por conhecer, enquanto a avó,
interrompendo o livro cheio de palavras mágicas que ia lendo ao neto, lhe dizia
sorrindo que, um dia, ia ficar grande e de repente se iria.
Rosário P Ribeiro, 63 anos, Lisboa