Passava horas sozinho em casa. Com a velhice viera novamente a solidão. Ele compreendia. Filhos a trabalhar, netos na escola... Ainda tinha sorte por o não terem posto num lar. Assim sempre se entretinha a reconhecer os cantos da casa. Como aquela velha tábua do soalho, que sempre lhe parecera sorrir. Recordava os tempos de criança, em que, também solitário, esperava o regresso dos Pais. Então invocava de novo aquele amigo secreto, a quem podia confiar segredos...
Isabel Lopo, Lisboa
Desafio nº 213 – imagem de madeira
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