30/04/16

A lista

Superada a cirurgia, restava a recuperação! 
Aproveitaria para ler, já tinha a lista.
As pontes de Madison County – Adorou o filme
O cão dos Baskervilles – O primeiro livro
Cocaína – Tinha curiosidade
Guerra e Paz – Nunca teve tempo
O último segredo – Começou e deixou a meio
Diário da nossa paixão – Leu o prefácio e gostou
O Conde de Monte Cristo – Leu em pequena
O Farol – Porque sim

A irmã admirada pergunta-lhe:
– É para leres ou abrires uma biblioteca?

Carla Silva, 42 anos, Barbacena, Elvas


Clemante

Por vezes, demoramos tanto a abrir a porta do coração que, pela delicadeza de quem bate, com elegância sutil, o tempo para a abertura ainda se torna sempre mais lento de acordo com a nossa vontade própria e caprichosa...
Resultado: quem bateu tão docemente, mesmo não se cansando de nos chamar, fica uma vida toda a esperar e nada da nossa parte...
Ainda bem que o Clemente fica uma vida, se preciso for, a nos chamar delicadamente...

Rosélia Bezerra, 61 anos, Rio de Janeiro, Brasil
Desafio RS nº 25 – dedos que batem no vidro (cena)


Desafio nº 106

Vamos a um quebra-cabeças!
Que palavras encontram com estas letras: M T D S R O
Vamos pôr sete delas (ou mais!) por ordem alfabética 
e escrever um texto que as contenha e que tenha…
77 palavras! J

Aqui vos deixo o meu exemplo:
Descoordenaste-me por completo ao desmontar os meus argumentos daquela forma. Caio sempre nas tuas patranhas! Como fazes para me enredar assim com frases doutorais? Como consegues desmotivar-me com tanta facilidade? Procuro, desordenadamente, uma nova lógica, em desespero, mas sem sucesso. E, desta forma sempre igual, acabas por me domesticar. Fico quieta, com os pensamentos dormentes, em transe. Mas espera… Se me chegares a mostarda ao nariz, vou enfurecer-me! Acabarás fugindo, qual touro tresmalhado às cegas pela planície!
Margarida Fonseca Santos, 55 anos, Lisboa
Desafio nº 106 – palavras com M T D S R O
OUVIR
EXEMPLOS

29/04/16

Programa Rádio Miúdos 43 – 29 Abril 2016

Esta foi a história que lemos na Rádio Miúdos neste dia!
É a rádio mais fantástica que há!
OUVIR

Caça aos ovos da Páscoa
Fim da aula.
Regressam chocolates, amêndoas, doçuras.
Os ovos que são bons.
Férias esperadas, maravilhosas.
Tudo o que é bom.
Família, amigos, vizinhos.
O pai, a mãe, a avó, o avô, a tia, o tio.
Reunião familiar.
Paz, amor, vida.
Como estarão todos?
Bem, pelo que vejo.
Hoje vamo-nos divertir muito.
Na caça aos ovos!
Ovos gigantes irei encontrar.
No meio da erva do mato.
Finalmente, muitos ovos encontrei.
E fui para casa.
Comi aqueles ovos deliciosos.

André Ribeiro e Miguel Correia, 6º ano Colégio Andrade Corvo (Torres Novas), profª Maria Nicolau
Desafio RS nº 35 – até 4 letras, mais de 4

E os ovos?

Numa mão vai o carrinho
Na outra o papelinho
Nada poderá faltar
P’ra não ter de cá voltar.
 
Leite, azeite, vinho e mel
Para o pão de ló: papel
Açúcar, farinha e sal
Que lista tão trivial!
 
Massas, cenouras, verduras,
tomates, frutas maduras,
iogurtes, chá e café.
Vou p´ra caixa. Que banzé!
 
Já em casa, vamos lá,
pois então, fazer o bolo,
a receita aqui à mão.
Oh! Que grande desconsolo!
Os ovos… onde é que estão?

Ana Paula Oliveira, 55 anos, S. João da Madeira

Desafio Escritiva nº 7 – as listas

Há sapatilhas e “zapatillas”

Com as sapatilhas desportivas, visto-me normalmente porque há alguns anos a maioria dos meus
colegas da turma ia com roupa de desporto e eu habituei-me a usar. Agora uso as sapatilhas desportivas durante a semana e ao fim de semana uso as “zapatillas” (em espanhol), que é um falso amigo. As “zapatillas” são pantufas para andar por casa. Estas não têm especialidade nenhuma. À exceção destas, tenho um problema com os atacadores, já que não sei apertá-los.  

Daniel Morales, 15 anos, Badajoz, prof Catarina Lages

Desafio Escritiva nº 4 – homenagem às sapatilhas 

As melhores sapatilhas do mundo

Para mim essas sapatilhas eram as melhores. Eu desfrutava ao jogar futebol com elas. Com essas sapatilhas sentia-me imparável, o melhor do mundo, mas eu sabia que não era. Levava essas sapatilhas para todo o lado. Mas num jogo de futebol as minhas sapatilhas estragaram-se. Eu sentia-me muito mal porque gostava muito de me divertir com essas sapatilhas. É o problema das sapatilhas, não são para sempre, mas algumas sempre serão as melhores, como as minhas sapatilhas.

Pablo Pérez, 15 anos, Badajoz, prof Catarina Lages

Desafio Escritiva nº 4 – homenagem às sapatilhas

Badajoz e o 25 de Abril

Celebrar o 25 de Abril em 77 palavras!
Um fantástico trabalho dos alunos de Português de Bachillerato (11º ano) das Escolas Secundárias Zurbarán e Rodríguez Moñino

Programa Rádio Sim 747 – 29 Abril 2016

o programa em podcast na Rádio Sim


Não há...
Não há maior demonstração de insanidade do que falar quando devíamos pensar. Não há maior prova de loucura do que estar quieto quando se quer andar. Não há maior marca de desatino do que rir quando se quer chorar.
Dia após dia, esperar outros resultados, permanecendo na contemplação de momentos sonhados. Não há maior desvario do que olhar e não ver o que se pode ter. Não há maior teima do que continuar quando se deve começar.

Clara Lopes, 39 anos, Sintra
Desafio nº 105 – frase de Einstein

28/04/16

Que vida difícil

Só connosco é que isto acontece. Eram tantos os pacientes que me comecei a passar. Contei-os e ao todo eram 15, mas, para lá da esquina, estavam mais 3. Com tantos sítios, tinham logo de estar aqui. Para me consolar, pensei em dizer algumas frases, mas uma voz silenciosa aconselhou-me a estar quieta. Foi então que a dor no ombro aumentou e, o que parecia simples, complicou-se. Então, comecei a atrapalhar-me e a ralhar. Que vida difícil.

Sara Catarina Almeida Simões, 28 anos, Coimbra

Desafio nº 34 – grelha de 16 palavras obrigatórias

Farta!

Estou farta de tantas contas para pagar. 48 euros prá mercearia, 24 pró padeiro, 14 prás senhas de almoço, 60 prá eletricidade e 49 para a água. Eu não acredito. Só num mês, quase 200 euros. Daqui a pouco temos de andar nus ou embrulhados em farrapos. Já pensei em começar a vender algumas das coisas que tenho em casa, mas gosto tanto delas. Talvez venda as minhas louças chinesas que valem muito. Vou à loja de antiguidades e posso conseguir que mas comprem. Espero sair mesmo deste grande 31.

Sara Catarina Almeida Simões, 28 anos, Coimbra

Desafio nº 31 um conto com matemática…

Diário de Salamanca

Foi uma visita fantástica...

Venha saber o que aconteceu em cada dia!

Dia 22
Dia 23
dia 24
Dia 25 de manhã
Dia 25 à tarde

Finalmente juntas!

Obrigada, querida Paula Pessanha Isidoro!

Finalmente juntas

É verdade, encontrámo-nos o tempo suficiente para falar muito, sonhar outro tanto, planear mais coisas e conhecermo-nos ainda melhor!

Aconteceu em Salamanca, claro, porque a Paula Pessanha Isidoro conseguiu pôr de pé uma visita à USAL, ao Colégio Maestro Ávila, à ASEA e um workshop na quinta La Querida, com o seu Clube de Leitura.

Ainda vamos inventar muitas coisas e desafiar muitas pessoas … não vamos ficar por aqui!

Venha daí! Escreva uma
história em 77 palavras!

Diário de Salamanca - dia 25 à tarde

Quase a ir embora… Foi a vez de conhecer os alunos da Paula, do 2º ano de português da USAL. Falámos de «O nº 11», escrevemos e gravámos histórias em 77 palavras. Fantástico!
Chegava ao fim a visita. Queria apresentar-vos melhor a Paula: o seu trabalho, a sua forma de viver a paixão com que defende a língua português e acredita no ensino partilhado é um exemplo, uma lição.
E sei que isto foi só um início…

Margarida Fonseca Santos, 55 anos, Lisboa

Notícia aqui:
http://salamancartvaldia.es/not/114160/margarida-fonseca-imparte-ponencia-titulo-provocar-lector/


Diário de Salamanca - dia 25 de manhã

Último dia em Salamanca, já com pena de ir embora…

Fui recebida no Colégio Maestro Ávila pela Paula e pela Irene Rizo, mas não só! Havia dois elefantes, uma cegonha, imensos meninos do 2º ano (professores Luís e María Angeles) e contámos, em estreia absoluta, a história «Caixa Mágica» em português e castelhano. Foi bem divertido! Oh, os salta montes… Ainda houve tempo para um workshop e escrita com alunos mais velhos, e foi mesmo interessante! Obrigada…

Margarida Fonseca Santos, 55 anos, Lisboa

Notícia aqui: http://www.salamanca24horas.com/local/25-04-2016-la-escritora-margarida-fonseca-santos-visita-el-colegio-maestro-avila

Diário de Salamanca - dia 24

O dia na quinta «La querida», de Raul Vacas e Isabel Castaño! Passar este dia com o clube de leitura da Paula, que me presenteou com tanto que é difícil pôr em 77 palavras, fizemos do dia uma festa: construíram um fim para «O nº 11», e foi bem divertido; fizemos exercícios de escrita; almoçámos uma comidinha maravilhosa, cozinhada pela Carmen; passeámos e emocionámo-nos. Foi tão descontraído e ao mesmo tempo intenso! Agradeço-vos a todos, com carinho.


Margarida Fonseca Santos, 55 anos, Lisboa


Diário de Salamanca - dia 23

O sábado acordou chuvoso, mas isso não cortou a vontade de continuar a encontrar-me com novos amigos em Salamanca. Nessa manhã, estive na ASEA, associação de doentes com espondilite anquilosante, falando do livro «De Zero a Dez». Sentadinha entre a Paula e a Raquel, que traduziu tudo de forma extraordinária, fui conversando, ouvindo, contando, sobretudo sentindo uma enorme solidariedade. Ainda bem que nestas associações se fala de estratégias e caminhos! Foi uma manhã inesquecível! Obrigada a todos.


Margarida Fonseca Santos, 55 anos, Lisboa

Diário de Salamanca - dia 22

Partindo de Lisboa bem cedinho, fizemo-nos à estrada com um entusiasmo difícil de explicar: iria estar em Salamanca, com a querida Paula Pessanha Isidoro, com alunos da USAL, leitores e no Colégio Maestro Ávila. Sentia-me nervosa, uma tolice bastante verdadeira…
Nessa tarde, fiz o primeiro workshop com os alunos do professor Hélder Ferreira (Português IV). Fizeram-se textos fantásticos e honrou-se a escrita e a Língua Portuguesa. Obrigada!
Ficar a dormir no Colégio Arzobispo Fonseca foi um espanto!

Margarida Fonseca Santos, 55 anos, Lisboa

Programa Rádio Miúdos 42 – 28 Abril 2016

Esta foi a história que lemos na Rádio Miúdos neste dia!
É a rádio mais fantástica que há!
OUVIR

Um dia na vida da Ana
Era a Ana.
Caiu numa banana.
Foi para casa.
Chamou pela Joana.
Vai para a cama.
Dormiu muito, muito mesmo.
Até que a mãe fala para ela.
Diz-lhe: acorda, bela!
Vai para a sala, liga a TV.
Depois apetece-lhe coser, depois comer.
Vai para a rua.
Brinca feliz, sozinha.
Na rua fria.
Arrefeceu ainda mais.
Por isso foi para casa.
Agora assiste televisão.
Ao lado dela o seu cão.
Põe-no dormindo. 
E vai para a sua cama.

Ricardo e Rúben, 6º ano Colégio Andrade Corvo (Torres Novas), profª Maria Nicolau
Desafio RS nº 35 – até 4 letras, mais de 4

Programa Rádio Sim 746 – 28 Abril 2016


o programa em podcast na Rádio Sim


Escurecido
Ideias, pensamentos são labirintos que avançam e retrocedem entre
passado e futuro, lançando o caos no presente. Assim, anseio parar o
tempo no presente. Começo a bater, levemente, na janela do coração com
uma vaga esperança de aí residir o mapa que me conduz ou orienta neste
labirinto.
A esperança renova-me a alegria e bato mais forte. Mas a janela

mantém-se silenciosamente imóvel. Abandono as batidas e contemplo: a
janela abre iluminando o que outrora estava escurecido.

Lourença Oliveira, 44 anos, S. João do Estoril
Desafio RS nº 25 – dedos que batem no vidro (cena)

Apaixonado

Desde que se mudara para a cidade, sentia o frenesim do mundo na sola dos pés. Diariamente, cruzava-se com largas dezenas de caras cabisbaixas, caminhando para todos os lados e nenhures. Não os entendia.
O sol brilhava, o vento refrescava e a vida vibrava a cada virar da esquina. Estava atrasado para o autocarro, mas nem a pressa o fazia esmorecer. Estava apaixonado e ela sorrira-lhe.
Mal ele sabia que, naquela paragem, alguém desejava o seu sorriso.

Rita, 40 anos, Lisboa
Desafio RS nº 34 – frase de Mia Couto


Listas da vida

No aniversário, a Vera costuma fazer listas intermináveis do que anseia, com vontade.
Aos dez anos consta no diário: Conseguir manter mais tempo o ula-ula;
Usar saltos altos;
Falar com o Vasco, sem atrapalhações;
Deixar de corar;
As borbulhas dão estilo; …
Vinte anos: Entregar os trabalhos com antecedência;
Poupar e ir aos concertos;
Visitar os avós quinzenalmente;
Conseguir a bolsa de estudo; …
Com sessenta: saúde, realização, alegria, a família unida e estável, sentir o sol…

Graça Pereira, 57 anos, Setúbal

Porque não?

Adorava fazer listas. De: livros a ler; prendas de Natal (mas ainda estamos no Verão, dizia a irmã), flores da rua do tio; supermercado (deixava sempre em casa); coisas a levar nas férias (nem sabes para onde vais, dizia a mãe); capitais de África; rios da Ásia…
“Falta a lista do que vais fazer depois de morrer” diz a avó a rir. “Olha! Boa ideia” – agarrou no caderninho, começou a escrever: “para não esquecer, quando morrer vou…”

Marina Delgado, 51 anos, Pucariça, Abrantes

A minha vida

A HISTÓRIA da minha vida
não tem muito que lembrar,
UMA vida que foi vivida
com sonhos para sonhar.

Muitos sonhos que sonhei
e nunca foram realizados,
tirando o de SER mãe,
os outros, ficaram guardados.

Nunca QUIS ir muito além
do que aquilo que podia,
e os conselhos de minha mãe
eu acatei, com amor e alegria.

E no tempo em que vivi
a construir minha história
SEMPRE ensino o que aprendi
e guardo na memória.

Natalina Marques, 57 anos, Palmela
Desafio nº 2 – “Sempre quis ser uma história”, palavras obrigatórias por ordem inversa

Um lírio a todos

Meu agrafador é muito usado sempre... 
Fui professora, mas, mesmo aposentada, não deixei de fazer uso dele... 
Me é muito útil em todo tempo pois gosto de manter meus papéis todos numa pastinha bem organizada.
Escrevo bastante, tenho uma estante pequena mas com tanta coisa de importância como se fosse do tamanho de um elefante... 
Mesmo quando me vem aquela tosse seca, pego minha garrafinha de água sempre à mão e persevero... 
Um lírio a todos hoje.

Rosélia Bezerra, 61 anos, Rio de Janeiro, Brasil

Desafio nº 89 – hist c tosse+lírio+elefante+agrafador

De Sintra a Lisboa, durante a semana

Não precisava ir cedo. Mas sabia que ele ia naquele comboio. Via-o à espera na estação e entrava na mesma carruagem. Sentava-se de frente, longe. Ele lia o tempo todo. Ficava a olhá-lo. Se ele tirava os olhos do livro ela desviava o olhar. Coração aos pulos.
Nunca falaram. Nunca cruzaram os olhos. Nunca soube o nome dele. Vê-lo dava-lhe um conforto para o resto do dia.
Mudou de cidade, nunca mais o viu. Ainda pensa nele.

Marina Delgado, 51 anos, Pucariça, Abrantes
Desafio Escritiva nº 5 – cruzar comboios


A carta

A minha mãe não me fazia isto, eu amo a Guiomar.
BALBUCIOU, a medo, sem conseguir expressar o que a carta dizia.
ALGUMAS palavras confundiam-no, pois não sabia ao certo o significado delas.
PALAVRAS que lhe queimavam a alma como fogo queima a estopa.
DEPOIS, calou-se uns minutos, para absorver o que acabava de ler.
VOLTOU a dizer, isto não é bom, não tem cabimento algum.
LÊ-LA de novo, não vai resolver-me o problema,
prefiro ser feliz.

Natalina Marques, 57 anos, Palmela

Desafio nº 5frase de sete palavras, cada palavra está depois de 10 em 10 palavras

27/04/16

Programa Rádio Miúdos 41 – 27 Abril 2016

Esta foi a história que lemos na Rádio Miúdos neste dia!
É a rádio mais fantástica que há!
OUVIR

O que será azul?
O azul do céu, o azul do mar, o azul da casa.
Serão cores felizes, tristes, alegres, nulas?…
Será a cor do amor, do ódio ou do riso?
Será apenas amizade… dois, três, mais amigos!
Cor do olho dele, dela… de quem?
Será apenas aquela gabardina?
Será azul bebé sem cor, com cor?
Será simplesmente azul desta caneta?
Ou será uma cor do dia a dia?
Será aquele azul bonito daquele vestido?
O que será azul?

Leonor Reis e Teresa Azevedo, 6º ano Colégio Andrade Corvo (Torres Novas), profª Maria Nicolau
Desafio RS nº 35 – até 4 letras, mais de 4

Alguém foi feliz convosco

Nunca vos usei. Os meus desejos e sonhos
Ficaram, por isso mesmo, perdidos no tempo, ou ficaram
guardados convosco, no mesmo baú, esquecido neste sótão.
Agora, de que me serve ter-vos encontrado?
Já não podem realizar-me esse sonho, que
apenas reavivam, as memórias desse tempo e
as feridas que ficaram por sarar, porque, mesmo
sendo minhas, fizeram as delícias de outrem.
Mas faço-vos na mesma a minha homenagem,
porque não foi a mim, mas fizeram feliz alguém.

Natalina Marques, 57 anos, Palmela

Desafio Escritiva nº 4 – homenagem às sapatilhas 

Bolo da Mãe

Este bolinho negrito
É feito de chocolate,
Leva apenas quatro ovos,
Toda a mistura se bate!

Duas chávenas de açúcar,
Igualmente de farinha,
Uma cheiinha de óleo,
A massa bem batidinha!

A seguir, uma de leite,
Outra é chocolate em pó,
Uma colher de fermento,
Fica como pão-de-ló!

Batido, leva-se ao forno,
À temperatura normal,
Ele cresce, fica pronto,
Desenforma no final!

Domingo é dia da mãe,
Enfeitem-no de candura,
Menos açúcar normal,
Sem limite de ternura!

Maria do Céu Ferreira, 60 anos, Amarante

Desafio RS nº 10 – uma receita em 77 palavras

Adivinha

– Avó, conta uma história.
– Hoje vou contar-vos uma adivinha,
está bem?
Então, é assim. À frente vão 2,
na primeira vão 3, na segunda vão 4,
na terceira vão 5, na quarta vão 6,
na quinta vão 7, na sexta, vão 8,
na sétima vão 9, com mais três vazias,
alguém me diz o que é?
O Joãozinho, que escutara com atenção,
grita do fundo da sala:
– É 1 comboio com 10 carruagens.
– Bravo, Joãozinho, está correto.

Natalina Marques, 57 anos, Palmela

Desafio nº 3 – números de 1 a 10

Um dia normal

Regar plantas, de manhã antes que venha o calor;
Estender a roupa, à partida não vai chover;
Escolher o jantar para deixar a descongelar;
Comprar presente para a bebe da Luísa;
Assinar a autorização da visita de estudo;
Devolver o livro que comprei repetido;
Inscrever-me no curso de Photoshop;
Lembrar o Gonçalo de ir buscar os sogros;
Fazer as malas para ir de fim de semana e, claro, fazer a lista com o que preciso de levar!

Mariana Sanchez, 37 anos, Barcelona